Entre a literatura e a taberna: a subversiva utopia imanente dos goliardos
Resumo
Thomas More deu ao mundo em 1516 a permanência do termo utopia como designação do sonho humano que se lança na construção de um lugar que, mesmo não encontrando efetivação no plano da realidade, busca fundar uma sociedade perfeita na idealidade. Em seu bojo criou uma tradição literária que ora faz uníssono a essa empreitada humana, ora rejeita-a. A literatura medieval goliarda, fruto da simbiose entre a alta cultura letrística e a jogralesca, configura-se, no panorama da tradição literária utópica, como uma poesia subversiva que, rejeitando a tradição estabelecida, espraia-se sobre os mais recônditos desejos humanos, rompendo com a ordem transcendente e fundando na imanência a possibilidade de efetivação da milenar saga humana em busca da “terra onde corre leite e mel”.
Referências
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FRANCO JÚNIOR, Hilário. Cocanha: a história de um país imaginário. – São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
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